GAFES
E FATOS CÔMICOS
Parte 4
Eôlo Cesar de Oliveira era Redator e Secretário
da Rádio Clube Paranaense. Como ele gostava de futebol
e naquela época os radialistas faziam de tudo um pouco,
conta-se que um dia ele foi transmitir um jogo importante. Na
hora, bateu o nervoso e a inexperiência falou alto. Dizem
que ele narrou mais ou menos assim:
"E vem o time de lá. Está avançando.
E vem com a bola. Entraram na área do time de cá.
O jogador vai chutar... chutou... e é gol do time de
lá". Segundo consta, foi só essa vez que
o Eôlo transmitiu um jogo como narrador. Ele preferiu
fazer comentários.
* * * * * *
Eu ainda trabalhava na Rádio Marumby,
"a Emissora das iniciativas".
Estávamos estreando os "Walk-Talk" que eram
uma grande novidade. Grandes e pesadíssimos, eram úteis
e cansativos. A nossa equipe de esportes foi transmitir um jogo
no Estádio "Durival de Brito". Seria a inauguração
dos refletores desse Estádio num jogo contra o "Estudiantes
de la Plata" (se não me engano). Eu gostava de futebol
e pedi ao narrador Carlos Alberto Moro para ir junto com a equipe.
Lá estando, o jogo perto de começar, o repórter
de campo Martins Rebelatto ainda não havia chegado. O
Carlos Alberto não teve dúvidas e me mandou com
o pesado microfone para ficar ao lado de um gol. Quando o jogo
começou eu comecei a tremer. Eu não sabia os nomes
dos jogadores. De repente, para meu desespero, um escanteio
bem no lado em que eu estava e o narrador comandou: "É
com você, Ubiratan!" E quem disse que eu falei alguma
coisa. Carlos Alberto insistiu: "vai daí, Ubiratan!"
Silêncio total, congelei, fiquei travado e nada falei.
Eu estava lá, perdido sob a neblina que havia naquela
noite e não sabia o que fazer. Por sorte, não
demorou a chegar o Martins Rebellato e assumiu o posto. E eu
nunca mais me meti a transmitir futebol.
* * * * *
Em 1.990 a equipe de Lombardi Júnior
foi à Itália transmitir a Copa do Mundo. Eu já
havia pedido demissão da Bedois, pois queria atender
um pouco mais a minha Agência de Propaganda, mas resolvi
seguir com a turma. Bolei um programa e convidei o Léo
Pereira para juntos produzirmos e apresentarmos o mesmo. Demos
o nome de "O OUTRO LADO DA COPA". E lá fomos
nós para Turim, onde estava a seleção brasileira.
Sob o comando do experiente Lombardi Júnior, a equipe
era composta por oito pessoas entre narradores, repórteres,
comentaristas e nós. Chegamos à noite e na manhã
seguinte fomos ao Centro de Imprensa onde fomos fotografados,
apresentamos nossos documentos, preenchemos requisições
a fim de obter credenciais que permitiriam a nossa participação
e usufruir as vantagens conferidas aos profissionais da comunicação.
Tudo feito, recebemos alguns brindes e fomos embora. Na saída,
em meio a um corredor estreito, alguém emitiu um malcheiroso
pum. O Lombardi, indignado, esbravejou:
"Pomba Sidney, foi você! Que falta de consideração!"
E o Sidney Campos, injuriado respondeu:
"Gozado... Nós viemos em oito pra cá, por
que você acha que só eu que trouxe o c... ?"
* * * * *
O Élson Faxina havia ingressado a pouco
tempo na Bedois. Mais afeito a redigir para jornais e revistas
um dia ele deixou, para o Locutor Noticiarista ler, uma cópia
do texto que também iria aproveitar num jornal em que
trabalhava. Tudo bem, só que no texto para ser lido na
rádio o encerramento era assim: "Na foto abaixo
algumas das pessoas presentes na manifestação".
E o locutor leu.
* * * * *
Jacinto Cunha, o primeiro locutor do Rádio
paranaense, contou-me certa vez que em 1.943, participando das
comemorações dos 250 anos de Curitiba, a Rádio
Clube Paranaense transmitiu uma série de palestras alusivas
à data. No dia 22 de março, iniciando a série,
falou o presidente do Instituto Histórico e Geográfico
do Paraná, o eminente historiador paranaense Romário
Martins.
Jacinto
Cunha
|
Jacinto explicou que a luz acesa indicava que
o microfone estava ligado e que, após falar, ele esperasse
sem fazer ruídos até a luz apagar.
Tudo bem, disse Romário.
Após a apresentação feita por Jacinto Cunha,
Romário Martins começou a falar. Nervoso, errou
diversas vezes e teve que repetir as palavras. Ao terminar sua
exposição, Romário Martins, irritado com
ele mesmo, olhou para Jacinto Cunha e batendo com a mão
espalmada sobre a mesa disse:
"Jacinto, essa palestra saiu uma merda!"
Jacinto ficou branco; a lâmpada ainda estava acesa.
Para ter uma idéia do efeito do acontecimento naquela
época em que palavras de calão eram inadmissíveis,
imagine que causou mais escândalo do que causaria hoje
um homem, em plena luz do dia, desfilando nu na "Boca Maldita"
em Curitiba.
* * * * *
|
Sérgio
Fraga
|
Em seu programa de auditório Sérgio
Fraga ao anunciar o cantor Escovinha - o rei da bossa, saiu
com esta:
"E agora, para o aplauso de nosso auditório, Escovinha
- o rei da bosta!
O reinado de Escovinha foi por água
abaixo... ou esgoto abaixo.
O Fraga ficou vermelho e o público não parava
de gargalhar.
* * * * *
Coisa parecida fez o Moacir Amaral que apresentava
um programa de auditório juntamente com o Mano Bastos.
O Moacir entrava primeiro e , em seguida, anunciava o seu companheiro.
Certa vez, a apresentação saiu assim:
"E agora, com vocês, Maaaaano Bosta!"
Mais gargalhadas da platéia e o Mano louco da vida.
* * * * *
Mais uma do Sérgio Fraga. Anunciando
um restaurante especialista em galetos, ao dizer o prato do
dia ele falou:
"Galenta com polinha." Percebendo o erro, corrigiu
dizendo "Polinha com galenta." Aí desistiu.
Ele queria dizer galinha com polenta.
* * * * *
Mário
Vendramel
|
Houve um marechal russo cujo nome causou inúmeras
dificuldades aos Locutores Noticiaristas, prejudicando a apresentação
dos informativos das emissoras. Na Bedois, por mais de uma vez
o noticiário terminou mais cedo porque os seus apresentadores,
Mário Vendramel e Sérgio Fraga, não conseguiam
conter o riso. O nome do marechal era Fedorenko e o Mário,
por mais que se esforçasse para ler corretamente, sempre
dizia "fedorento", acabando com o noticiário.
Mais