GAFES
E FATOS CÔMICOS
Parte 5
Certa vez o Mário Vendramel foi entrevistado
num dos programas de auditório da Bedois. Alguém
da platéia fez esta pergunta:
- Mário, se você fosse eleito Presidente
da República, qual seria a sua primeira providência?
E o Mário, inconseqüente, respondeu:
- Se eu fosse eleito Presidente da República a primeira
coisa que eu faria era acabar com o exército! Não
sei pra que esse bando de parasitas que não faz nada!
O povo ficou atônito; ainda estávamos
no regime militar. O locutor que apresentava o programa contemporizou,
fez algumas perguntas banáis para distrair o público,
e o show foi em frente. Acontece que os gozadores de plantão,
e eram muitos na Bedois, viram nisso uma excelente oportunidade
para passar mais um trote no Mário. No dia seguinte,
conseguiram uma folha de papel com o timbre de uma Delegacia
de Polícia e o Paulo de Avelar redigiu uma falsa intimação.
No documento forjado o Mário era intimado a comparecer
à Delegacia, a fim de responder pelas ofensas feitas
ao exército. Ele ficou apavorado e foi conversar com
Jacinto Cunha em busca de conselhos. O veterano Jacinto estava
informado da gozação e fez mais carga, dizendo
o seguinte:
- O conselho que eu posso dar é que você vá
à Delegacia... e já leve pijama, escova de dentes,
umas mudas de roupa, porque dessa você não escapa
tão fácil!
Foi uma cacetada! À beira de entrar
em transe o Mário ia falando com todos os colegas que
encontrava, e cada um botava mais lenha na fogueira. E de repente,
chegam à Rádio dois tenentes do exército
e pedem para falar com o Diretor Artístico. Era comigo,
e quando entraram na minha sala levei um susto danado. Fechei
a porta e fui ouvi-los. Na verdade, nada a ver com o que o Mário
falara. Eles só queriam solicitar a colaboração
da Bedois na divulgação das comemorações
da Semana do Exército. Quando foram embora, minha sala
encheu de curiosos e assustados colegas, e o aterrorizado Vendramel
entre eles.
Aí, fazer o que? Eu só disse que os tenentes foram
pedir a imediata demissão do Mário Vendramel.
E passamos o dia inteiro maltratando o companheiro para só
bem à tardinha contar a verdade. Desnecessário
dizer que o xingamento que ouvimos esteve à altura da
nossa maldade. E o Mário nunca mais criticou os militares.
* * * * *
Para transmitir para a Bedois a Copa do Mundo
de 1.986, realizada no México, Lombardi Junior partiu
liderando uma grande equipe da qual fazia parte Léo Pereira.
Era a primeira viagem de avião que o Léo fazia.
Lombardi havia pedido que cada um levasse duas latas de feijoada
para um dia matarem a saudade lá em Guadalajara, cidade
sede da Seleção Brasileira. Léo Pereira
levou quatro latas. Lembrando da "caipirinha", levou
uma sacola cheia de limão. Lembrou de outras coisas e
outras latas e sacolas foram para sua mala. Durante a viagem
Curitiba-São Paulo e depois São Paulo-Rio de Janeiro-Miami,
os companheiros o advertiram de que ele poderia ter problemas
na alfândega americana, tida como muito exigente. Contaram
ocorrências com outras pessoas que até resultaram
em prisão. E o Léo Pereira começou a ficar
nervoso. Após o desembarque em Miami, cada vez mais preocupado,
suando, chegou a sua vez de ter a mala examinada. Uma funcionária
da alfândega fazia a verificação. E o Léo
Pereira suava. Ela fez uma pergunta ao Léo e ele, assustado,
respondeu:
- Desculpe, não falo inglês
e não falo espanhol.
A moça insistiu na pergunta e o Léo, cada vez
mais nervoso, balbuciou amedrontado:
- Não falo inglês, não falo espanhol, nenhuma
língua. Só falo português.
Foi então que a funcionária falou mais alto, já
irritada e nervosa:
- Senhor, por favor preste atenção! Eu estou falando
com o senhor em português!
Além do vexame, grande parte da bagulhada
do Léo Pereira ficou na alfândega. E ele foi em
frente até Guadalajara, sofrendo com a gozação
dos colegas.
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