GAFES
E FATOS CÔMICOS
Parte 2
Algaci Túlio saiu da rádio
apressado para fazer a reportagem de um grande incêndio
que ocorria num bairro de Curitiba. Ele ansiava por um furo
de reportagem. Ia preocupado; será que havia vítimas?
Chegando ao local, constatou que era
o único repórter que alí estava. Ligou
rapidamente o equipamento, chamou a rádio, entrou no
ar e começou a narrar a ocorrência: - "Estamos
frente a um incêndio de grandes proporções.
É impressionante a altura das chamas... são
enormes!
A casa está sendo totalmente
destruída, o que é profundamente lamentável.
Felizmente não houve vítimas, segundo informação
dos bombeiros... mas, o que está acontecendo?... Eles
estão retirando algo coberto de chamas. Parece um corpo!
Ah! Que coisa triste, coitadinho. É um gatinho que
retiraram de dentro da casa. Dá pena de ver! Ele virou
uma verdadeira tocha humana!"
Foi um furo e tanto.
* * * * *
Parecida com esta foi a do J.P. na reportagem
de um assassinato. Ainda no carro, a caminho do local do crime,
ele fez as participações preparatórias
para dar clima à reportagem.
- "Estamos a caminho do local onde ocorreu
um crime nesta madrugada. Segundo informações
que recebemos, e passamos aos nossos ouvintes, a polícia
acaba de encontrar um cadáver morto no meio do matagal!"
* * * * *
Roberto Martins era o cantor
galã da Bedois. Sempre bem vestido, com o cabelo corretamente
assentado com muita brilhantina, ele se orgulhava do assédio
das fãs que já acontecia naqueles tempos. Havia
uma jovem que o admirava muito, filha de um sargento da Polícia
Militar. Roberto levava aquilo com espírito esportivo,
sem pensar em qualquer tipo de compromisso. Apenas admiração
de fã. O pai da moça, porém, pensava
diferente. Zeloso, um dia ele foi à rádio e
fez perguntas a respeito do cantor que no momento não
estava no local. Pronto! Foi o que bastou para a turma preparar
o maior rebu e bolar um susto para dar no colega. Quando ele
chegou à rádio, cada um que o encontrava contava
o caso do policial que o procurara, sempre de forma exagerada.
E a história ia aumentando.
"O homem estava de arma na mão!",
dizia um.
"Ele disse que quer te matar!" falava outro, numa
guerra de nervos terrível.
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Roberto
Martins
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Amedrontado, Roberto Martins subiu as escadas
para ler a Tabela de Serviço semanal que, por coincidência,
eu estava colocando no quadro de editáis próximo
ao estúdio de radioteatro. Mal terminara de subir os
quatro lances de escada, já entrando no terceiro pavimento,
uma porta se abriu e foram disparados dois tiros. O galã
voou!
Numa fração de segundo já estava na rua
e sumiu, só aparecendo vários dias depois.
Na verdade a porta que se abriu era do estúdio de radioteatro.
Ivo Ferro havia determinado ao Contra-Regra Rogerio Camargo
que não desse mais os tiros de festim dentro do estúdio,
na apresentação das novelas, para evitar a fumaça
e aquele desagradável cheiro de pólvora que
ficava.
Por mera coincidência, naquele capítulo havia
tiros e Rogério cumpriu o determinado, quase matando
do coração o assustado cantor galã.
* * * * *
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Ubiratan
Lustosa na Marumby
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Eu era principiante na Rádio
Marumby. Lá no estúdío no alto de um
morro em Ferraria, município
de Campo Largo, apresentava um programa com dedicatórias
musicais. Em cada gravação quinze ou mais pessoas
oferecendo a música em homenagem a alguém. Nervoso
e preocupado em não errar, olhei o relógio para
dar a hora certa. Preso no alto da parede, o relógio
recebia uma réstia de sol que dificultava a leitora.
Procurando enxergar, fui lendo aos poucos: "São...
precisamente... uma hora... (o ponteiro de segundos andou
um pouco)... cinquenta e nove minutos... (e o ponteirinho
andando mais)... e sessenta segundos!
Só quando ouvi a gargalhada do operador de som é
que me dei conta da estranha maneira que inventei para dizer
duas horas.
* * * * *
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