GAFES E FATOS CÔMICOS

Parte 2

Algaci Túlio saiu da rádio apressado para fazer a reportagem de um grande incêndio que ocorria num bairro de Curitiba. Ele ansiava por um furo de reportagem. Ia preocupado; será que havia vítimas?
Chegando ao local, constatou que era o único repórter que alí estava. Ligou rapidamente o equipamento, chamou a rádio, entrou no ar e começou a narrar a ocorrência: - "Estamos frente a um incêndio de grandes proporções. É impressionante a altura das chamas... são enormes!

Algaci Túlio

A casa está sendo totalmente destruída, o que é profundamente lamentável. Felizmente não houve vítimas, segundo informação dos bombeiros... mas, o que está acontecendo?... Eles estão retirando algo coberto de chamas. Parece um corpo! Ah! Que coisa triste, coitadinho. É um gatinho que retiraram de dentro da casa. Dá pena de ver! Ele virou uma verdadeira tocha humana!"

Foi um furo e tanto.

 

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Parecida com esta foi a do J.P. na reportagem de um assassinato. Ainda no carro, a caminho do local do crime, ele fez as participações preparatórias para dar clima à reportagem.

- "Estamos a caminho do local onde ocorreu um crime nesta madrugada. Segundo informações que recebemos, e passamos aos nossos ouvintes, a polícia acaba de encontrar um cadáver morto no meio do matagal!"

 

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Roberto Martins era o cantor galã da Bedois. Sempre bem vestido, com o cabelo corretamente assentado com muita brilhantina, ele se orgulhava do assédio das fãs que já acontecia naqueles tempos. Havia uma jovem que o admirava muito, filha de um sargento da Polícia Militar. Roberto levava aquilo com espírito esportivo, sem pensar em qualquer tipo de compromisso. Apenas admiração de fã. O pai da moça, porém, pensava diferente. Zeloso, um dia ele foi à rádio e fez perguntas a respeito do cantor que no momento não estava no local. Pronto! Foi o que bastou para a turma preparar o maior rebu e bolar um susto para dar no colega. Quando ele chegou à rádio, cada um que o encontrava contava o caso do policial que o procurara, sempre de forma exagerada. E a história ia aumentando.
"O homem estava de arma na mão!", dizia um.
"Ele disse que quer te matar!" falava outro, numa guerra de nervos
terrível.
Roberto Martins
Amedrontado, Roberto Martins subiu as escadas para ler a Tabela de Serviço semanal que, por coincidência, eu estava colocando no quadro de editáis próximo ao estúdio de radioteatro. Mal terminara de subir os quatro lances de escada, já entrando no terceiro pavimento, uma porta se abriu e foram disparados dois tiros. O galã voou!
Numa fração de segundo já estava na rua e sumiu, só aparecendo vários dias depois.
Na verdade a porta que se abriu era do estúdio de radioteatro. Ivo Ferro havia determinado ao Contra-Regra Rogerio Camargo que não desse mais os tiros de festim dentro do estúdio, na apresentação das novelas, para evitar a fumaça e aquele desagradável cheiro de pólvora que ficava.
Por mera coincidência, naquele capítulo havia tiros e Rogério cumpriu o determinado, quase matando do coração o assustado cantor galã.



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Ubiratan Lustosa na Marumby

Eu era principiante na Rádio Marumby. Lá no estúdío no alto de um morro em Ferraria, município de Campo Largo, apresentava um programa com dedicatórias musicais. Em cada gravação quinze ou mais pessoas oferecendo a música em homenagem a alguém. Nervoso e preocupado em não errar, olhei o relógio para dar a hora certa. Preso no alto da parede, o relógio recebia uma réstia de sol que dificultava a leitora. Procurando enxergar, fui lendo aos poucos: "São... precisamente... uma hora... (o ponteiro de segundos andou um pouco)... cinquenta e nove minutos... (e o ponteirinho andando mais)... e sessenta segundos!
Só quando ouvi a gargalhada do operador de som é que me dei conta da estranha maneira que inventei para dizer duas horas.

 

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