GAFES
E FATOS CÔMICOS
Parte 18
O meu amigo Carlos Kleina, grande plantão
esportivo, locutor apresentador e noticiarista de Rádio e
Televisão, há muitos anos vem emprestando a sua competência
e o seu talento aos nossos meios de comunicação. Excelente
profissional, é também um tremendo brincalhão e existem diversos
causos divertidos dos quais ele foi personagem de destaque.
Durante muito tempo ele ficou me negaceando, fugindo da promessa
de me contar algumas das suas gafes. Não adiantou a sua fuga.
Certo dia, num bate-papo do qual participei com ele, Élson
Faxina, Cláudio Ribeiro e José de Melo, muitos causos foram
contados e o Faxina entregou o Kleina. Eu anotei e conto pra
vocês.
Faz muitos anos que isso aconteceu. Foi durante
uma transmissão esportiva da "Equipe Positiva", na Bedois.
Lombardi Júnior fazia a narração de um
jogo e Kleina era o plantão, no estúdio. Em dado momento,
Kleina informou a Lombardi que acabara de receber a notícia
de que Emerson Fitipaldi comunicara o fim da escuderia "Copersucar",
a única empresa brasileira criada para disputar a Fórmula
Um. Ao encerrar a notícia que deixou Lombardi Júnior surpreso,
Kleina disse assim:
- Pois é Lombardi. Isso é "lamentoso".
E o Lombardi, irônico, detonando o Kleina
respondeu:
- Lamentável foi esse seu "lamentoso", Kleina.
Na verdade, a palavra "lamentoso" existe,
mas lamentável se aplicava melhor e daí a gozação do Lombardi.
*****
Este foi o Gilberto Fontoura que me contou.
O JP, famoso apresentador de Rádio, durante um bom tempo foi
um ativo repórter policial. Trabalhando na Rádio Independência,
ele atuava no programa do Algaci Túlio, fazendo a cobertura
das delegacias de polícia. Tanto o JP como também o Algaci,
sempre foram madrugadores. Muitas vezes, em campanhas políticas,
ficavam acordados até muito tarde e pouco dormiam, despertando
muito cedo para o trabalho.
Numa certa manhã, o programa do Algaci estava no ar quando
ocorreu a prisão de um malandro que estava espalhando cheques
sem fundo na cidade. O JP, lá da delegacia, informou assim:
- Algaci, o cara foi preso. É o rei do cheque
frio. Ele espalhou na praça mais de vinte cheques "premeditados",
todos sem fundo.
O Algaci Túlio não conseguiu segurar o riso.
O JP havia trocado as palavras e disse cheques "premeditados"
quando queria dizer cheques pré-datados.
* * * * *
Meu amigo Donato Ramos, veterano radialista
que é, também, poeta, escritor, pintor, músico, um talentoso
artista, enviou mais alguns causos da sua coleção que passo
a contar pra vocês.
Faz muito, muito tempo. Ludovico Mickosz,
que depois dirigiu a Rádio de Paranaguá, atuava na Rádio Colombo
de Curitiba, a emissora do meu amigo Ervin Bonkoski. Num certo
evento, Ayrton Goulart iniciava uma transmissão externa e
chamou o pessoal do estúdio:
- Alô, estúdio. Alô estúdio. Como está chegando
o som?
E dos estúdios o Ludovico respondeu:
- Estamos recebendo regular; procure MELHORAL
por aí.
O Ayrton ficou sem saber se deveria conseguir
mais qualidade para o som ou comprar um comprimido.
* * * * *
E esta foi na TV Tarobá, no carnaval de 1.986.
A repórter Taniclaer Marcon em entrevistas de rua diz empolgada:
- Todo mundo quer falar, Jorge. Vamos entrevistar
este garoto que está aqui perto. E daí, garoto, o que você
deseja falar aqui na Tarobá?
E o guri diz:
- Respondo ao que você perguntar, ora. Não
é você a repórter?
As transmissões externas sempre trazem surpresas.
* * * * *
Conversando com o locutor, compositor, veterano
e criativo comunicador Cláudio Ribeiro, ficamos um bom tempo
relembrando os acontecimentos do passado em nossas longas
carreiras de radialistas. Vieram à tona os causos envolvendo
nossos antigos colegas e amigos. Um dos "premiados" com as
nossas recordações foi o Carlos Kleina que, eu já falei anteriormente
pra vocês, sempre foi um excelente colega, muito divertido
e brincalhão.
Nos meados dos anos 80, quando todos nós atuávamos
na Rádio Clube Paranaense, lembra o Cláudio Ribeiro que uma
das diversões do Kleina era deixar em má situação os seus
colegas locutores quando eles estavam falando ao microfone.
Para provocá-los ele fazia caretas, olhava-os fixamente, fazia
gestos, inventava mil coisas para distraí-los e fazer que
cometessem erros para depois dar gargalhadas a sua custa.
Era enorme o esforço dos locutores para não rir quando o Kleina
fazia suas criancices.
Certa vez, um casal vindo de outro Estado foi visitar os estúdios
da Bedois. Um diretor na emissora pediu ao Cláudio Ribeiro
que acompanhasse os visitantes e lhes mostrasse as instalações
da emissora. E aí, aconteceu a terrível gafe. Quando o Cláudio
Ribeiro abriu a porta da sala de locução para que o casal
entrasse, os espantados visitantes flagraram um insólito momento
em que o travesso Carlos Kleina, que havia esgotado todo o
seu repertório de provocações sem conseguir que os locutores
se atrapalhassem na apresentação do jornal falado, numa última
tentativa abaixou as calças para fazê-los rir. E o casal de
visitantes contemplou pasmado o bumbum do Carlos Kleina.
E o Cláudio Ribeiro quase morreu de vergonha, sem saber o
que dizer para os visitantes.
Mais.