GAFES
E FATOS CÔMICOS
Parte 17
O Raul de Souza, grande músico brasileiro
de renome internacional, conheci como Raulzinho, nos anos
60.
Eu havia lançado, juntamente com Mário Vendramel, o programa
de auditório "CARROSSEL DE ATRAÇÕES", na Rádio Clube Paranaense.
Para esse programa, com a participação de Sebastião
Lima, formamos uma orquestra da qual a maioria dos músicos
pertencia à Banda da Base Aérea de Curitiba, recém-formada,
que era composta, em grande parte, por músicos vindos do Rio
e São Paulo. O Raulzinho fazia parte dessa banda e participou
algumas vezes do nosso programa de Rádio. Já era um tremendo
trombonista.
Sei de um causo atribuído ao Raulzinho,
cuja veracidade não posso assegurar, pois não presenciei.
Certa vez, realizava-se campanha eleitoral
em Curitiba e um dos candidatos a governador do Estado era
Nelson Maculan. Esse candidato tinha um jingle publicitário
muito divulgado pela mídia, cuja música era bem conhecida
da população.
A letra dizia: "Quem é que vai governar o Paraná? É Nelson
Maculan que vai governar o Paraná".
Conta-se que certa noite, Raulzinho passava por uma praça
em que se realizava um comício do candidato adversário de
Maculan e com o qual travava uma acirrada disputa. Raulzinho
não se conteve, e para provocar os participantes do comício,
soprando com força o seu trombone, tocou a música do Maculan.
Foi um alvoroço. Revoltados, os participantes do comício saíram
em bando atrás do engraçadinho. Quando viu que a turba revoltada
vinha em sua direção, Raulzinho se mandou, correu como nunca
e se escondeu para não ser apanhado por aqueles a quem provocara.
Foi um baita susto. Pode até não ser verdadeiro, mas o fato
é bem ao jeito irônico do genial Raulzinho.
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Virtuose
do trombone, Raul de Souza, ou Raulzinho, morou em Curitiba
antes de ser sucesso mundial.
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Numa noite de abril de 2007 estive num churrasco
com a turma do "Salseiro Futebol & Festa", lá na Vila Fanni,
numa propriedade do Jan Szpatowski, advogado que, anos atrás,
foi um grande apresentador de noticiários no Rádio e na TV.
Estávamos batendo papo, o Dr. Jan, o Juiz do Trabalho Dr.
Ney José de Freitas, o veterano radialista e homem de TV Chacon
Júnior, e eu. Aí, o Jan estava contando um caso pra gente
e, de repente, titubeou por um instante, e não lembrava como
continuar a sua narrativa. Cruel, o sarcástico Chacon não
perdoou o vacilo e com expressão de compaixão disse:
- Alzheimer.
Todos riram e o Jan, lembrando logo em seguida
o que queria dizer, continuou a contar o caso como se não
tivesse ouvido a provocação do Chacon.
Após algum tempo, numa extemporânea reação,
o Jan gritou revoltado:
- E Alzheimer quem tem é você e a sua avó.
O Chacon olhou bem sério pra ele e, ante o
atraso com que veio a reação do Jan, apenas disse com ar de
quem está penalizado:
- Confirmado: é Alzheimer mesmo.
E a gente teve que rir mais uma vez. Chacon
Júnior é um tremendo gozador. Foi uma noite de muitas gargalhadas.
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Na
sede do "Salseiro", Ney José
de
Freitas - Juiz
do Trabalho (excelente cantor e banjoísta), o
veterano radialista e homem de TV Chacon Júnior, Jan
Szpatowski - advogado (e ex-noticiarista de Rádio
e TV) e Ubiratan Lustosa.
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Donato Ramos, talentoso radialista, escritor,
poeta e pintor, atuou durante alguns anos em emissoras de
Curitiba onde fez grandes amizades. Depois, foi residir em
Florianópolis, a bela capital catarinense. Donato é também
um colecionador de gafes de radialistas. Atendendo a meu pedido,
ele enviou as que seguem.
Lourival neves, que trabalhou conosco nos
anos 80, na Rádio Clube Paranaense, foi mais tarde repórter
policial da TV Tarobá, de Cascavel, no Paraná.
Certa vez, apresentando seu programa, ele saiu com essa:
- "E agora, prezados telespectadores, é hora
de apresentarmos um fato inédito. Um fato que já aconteceu
outras vezes..."
Ficou difícil de entender: fato inédito que
já aconteceu?
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Outra, que o Donato Ramos me enviou, aconteceu
com Ado Júnior, na TV Carimã, de Cascavel. Ao entrevistar
um perigoso traficante que havia sido preso, Ado Júnior falou
assim:
- "E aqui está o traficante de drogas que
acaba de ser preso. Qual é o seu nome COMPANHEIRO?"
A turma ficou pensando e tirando sarro: Que
intimidade é essa? É do ramo?
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Mais uma que o Donato Ramos me enviou:
Édson Morais, da Rádio Colméia de Cascavel, na inauguração
do estádio do Cascavel, em 10.11.82, emocionado, disse o seguinte:
- "Este é o melhor estádio do Paraná. Veja
você, meu caro Nelson Rodrigues, da TV Cultura de Maringá,
o pessoal da Rádio agora não precisa ir muito longe para fazer
as suas necessidades".
E o Nelson, irônico, respondeu:
- "É... pode fazer da janela mesmo, né?"
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Mais esta do estoque do Donato:
Pedro Mikilita, futuro vereador, era
titular de um programa de grande audiência na Rádio Cidade.
Certa vez, muito empolgado com a prestação dos serviços de
utilidade pública que imprimia ao seu programa, ele largou
essa:
- "Atenção. O Açougue Londrina, em frente
ao Hospital Nossa Senhora da Salete, está precisando de
sangue para um garoto que passa mal."
Apesar da seriedade do assunto e da elogiável
intenção do Pedrão, a irreverente turma não conseguiu segurar
o riso. Necessidade de sangue, logo num açougue?
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E vai mais uma das que o meu amigo Donato
Ramos enviou. Essa tem até a data da ocorrência: 9 de maio
de 1980.
Na Rádio Independência de Cascavel, o apresentador "Coronel"
Honorato era o titular de um programa de grande audiência.
No mês de maio daquele ano, "Coronel" Honorato fez uma grande
promoção para o Dia das Mães. Certo dia, abordando o assunto
ele falou bem assim:
- "É isso aí, ouvintes. No Dia das Mães
nós vamos dar muitos presentes para elas. Presentes para as
mães mais bonitas, para as mães mais feias, para as
mães mais isso, mais aquilo, e para as mães mais idôneas."
Nossa! Foi de lascar. A turma não agüentou.
Ele queria dizer mães mais idosas... e disse mais idôneas.
Ficou muito chato e as gargalhadas vieram impiedosamente.
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Ao
lado de Aguinaldo Raiol, Donato Ramos,
grande radialista, escritor, poeta e pintor, coleciona
causos envolvendo os profissionais do Rádio e
da TV.
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