PEDRO STENGHEL GUIMARÃES
Foi na Rádio Difusora de Paranaguá
que Pedro Stenghel Guimarães iniciou a sua carreira
de radialista. Nessa emissora ele permaneceu até 1.943,
quando passou a residir em Curitiba.
Na Capital do Estado, logo Pedro começou
a participar do programa de turfe da Rádio Clube Paranaense,
colaborando com o seu apresentador, o conhecido Castellano
Neto.
Nessa época, a PRB-2 já cobria
o Campeonato Paranaense de Futebol e seu narrador era o excelente
Túlio Vargas, outro pioneiro das narrações
esportivas do Paraná. Túlio havia substituído
Helênico - pseudônimo do professor Francisco Genaro
Cardoso - que foi o primeiro locutor esportivo permanente
desse Estado.
Quando Túlio Vargas deixou de atuar
na Bedois, Eolo César de Oliveira assumiu, temporariamente,
o comando do setor esportivo da emissora. Eolo sugeriu a Pedro
Stenghel Guimarães que fizesse um teste de transmissão
esportiva, e isso aconteceu no segundo tempo de um jogo Juventus
x Palestra. Epaminondas Santos, que era o proprietário
da emissora, ouviu o jogo e não gostou da atuação
do novo locutor.
Pedro já estava desistindo da idéia
de ser narrador de esportes quando foi chamado novamente.
Manoel Aranha, então presidente da Federação
Paranaense de Futebol, promoveu um amistoso entre São
Paulo e América do Rio, ambos com ótimas equipes
naquela ocasião. A Bedois já obtivera patrocínio
( o Sabão Aristolino) e tinha que transmitir o jogo...
mas não tinha narrador. E aí surgiu a nova chance
do Pedro, pois o Eolo pediu que ele fizesse a transmissão.
Bem cedo, Stenghel Guimarães foi para o Estádio
"Durival de Brito". Lá, ele se encontrou
mais tarde com Ary Barroso, Gagliano Neto, Geraldo José
de Almeida, Aurélio de Campos, Jorge Cury e outros
renomados narradores nacionais. As cabines foram cedidas aos
locutores do Rio e de São Paulo, num gesto cortês
da Federação, e o novo narrador da Bedois teve
que trabalhar na pista, de capa e chapéu, pois era
um dia chuvoso. Pedro foi feliz em seu
batismo de fogo e, à noite, recebeu um caloroso telefonema
de cumprimentos de Epaminondas Santos. No dia seguinte, foi
convidado por Eolo César de Oliveira para assumir o
cargo de Diretor do Departamento Esportivo
da Rádio Clube Paranaense. Corria o ano de 1.947.
1.947
- Pedro Stenghel Guimarães estréia como
Narrador Esportivo
da PRB-2. Na foto, ele entrevista César, centroavante
do América do Rio
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No início de seu trabalho, Pedro contou
com a participação de Almir Luiz Sabbag no noticiário
esportivo levado ao ar diariamente, às 19 horas. Esse
programa começava com um comentário de Stenghel
Guimarães, sob o título "DO MEU DEGRAU
NAS GERAIS", muito apreciado pelos aficionados do esporte.
Quando transmitia os jogos, Pedro narrava, fazia os comentários
no intervalo e lia os comerciais. Depois, Arthur de Souza
e Ayrton Goulart passaram a colaborar na leitura dos textos
publicitários. Mais tarde, Paulo de Avelar passou a
fazer os comentários e logo começou a participar
da narração das partidas.
Durante muito tempo a Rádio Clube foi a única
a fazer as transmissões dos jogos, pois não
havia linhas telefônicas disponíveis
para atender às outras emissoras interessadas. No primeiro
qüinqüênio dos anos 50, a Rádio Marumby,
e em seguida a Rádio Guairacá, passaram a transmitir
habitualmente as partidas de futebol.
Pedro Stenghel Guimarães conseguiu levar para a Bedois
um dos melhores locutores esportivos do Paraná, o famoso
Ribas de Carvalho. A audiência foi aumentando.
Eram transmitidos apenas os jogos aos domingos. Quando o patrocinador
comprovou a eficiência publicitária das transmissões
de futebol da Clube, quis que fossem narrados, também,
os jogos dos dias de semana. Então, a equipe foi aumentada
e ingressaram Mário Vendramel, Martins Rebelatto, Bóris
Musialowsky, Machado Neto e Osmar de Queiroz. Em seguida,
José Domingos assumiu como Plantão
Esportivo. A Bedois transmitia os jogos realizados em Curitiba,
Paranaguá, Monte Alegre, Castro, Jacarezinho, Cambará
e Ponta Grossa.
Dando uma idéia das dificulades daqueles
tempos basta dizer que, em 1.950, para transmitir o jogo das
seleções de Santa Catarina e Paraná,
em Florianópolis, a Rádio Clube teve que levar
um transmissor de Ondas Curtas, pois não havia linha
telefônica disponível. Naquela época,
a Companhia Telefônica só tinha uma linha ligando
Curitiba à capital catarinense.
Em agosto de 1.960, após tantos anos
de dedicado trabalho, Pedro Stenghel Guimarães encerrou
suas atividades na Bedois.
Quando, alguns dias depois da sua saida, a Rádio Clube
inaugurou as suas novas dependências, após uma
reforma realizada em sua sede da Rua Barão do
Rio Branco, foi prestada uma justa homenagem a esse dedicado
e competente funcionário de tantos anos. Foi inaugurada,
com a presença dos diretores e grande número
de funcionários e convidados, a nova sala do Departamento
Esportivo, dando-se a ela o nome de SALA DE ESPORTES "STENGHEL
GUIMARÃES". Nessa sala foi colocado um quadro
com a fotografia de Pedro e uma placa de prata enaltecendo
o seu trabalho.
Pedro Stenghel Guimarães, colega e
amigo, sempre foi muito estimado pelos demais integrantes
da equipe da Bedois, e muito colaborou pelo desenvolvimento
da Rádio Clube Paranaense.
Em seu lugar, assumiu a direção do Departamento
Esportivo, Quintiliano Machado Neto, um narrador de renome
que já integrava a equipe esportiva da Clube.
Pedro
Stenghel Guimarães e Paulo de Avelar, transmitindo
o jogo Rio Branco X Atlético, no Estádio
"Nelson Medrado Dias".
Na pista, sentados no chão, pois não havia
cabines na época.
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