JOÃO NINGUÉM
Música e letra de Ubiratan Lustosa.
1.963
João Ninguém viveu sempre sozinho,
isolado no seu barracão;
nunca teve um amor, um carinho,
sempre foi o "coitado do João"!
Mas, no peito vazio cai um dia
a tormenta de louca paixão:
esse amor se chamava Maria
(sempre existem Marias pra um João!)
Falso amor, trouxe só desventura,
pois bem cedo Maria partiu.
Manancial de uma ingênua ternura
João Ninguém pra ninguém mais sorriu.
Ele agora, não tendo Maria
que seu peito magoou sem piedade,
tem mais certa e fiel companhia
pois, com ele, ficou a saudade!
(Do livro "NOSSO ENCONTRO COM
A POESIA DE UBIRATAN LUSTOSA").