O POUCO QUE É MUITO
Ubiratan Lustosa
São Pedro de Alcântara nos deixou um ensinamento muito importante ao dizer:
- Diante de Deus,
faz muito aquele que faz
o pouco de que é capaz.
Eu acho lindo isso. Na verdade, não se pedem de nós
grandes obras ou extraordinários atos de heroísmo. O que se
pede, o que se espera de cada um de nós, é que façamos
tudo aquilo que a nossa capacidade permite.
De um sapateiro não se espera que faça o projeto de um grande
edifício, mas ele deve fazer um bom sapato.
Também não se quer que um arquiteto faça um sapato,
mas dele se esperam projetos bem feitos.
"Cada macaco no seu galho" - diz o velho adágio
popular. Cada um na sua.
Por pouco que possamos ser úteis, esse pouco é muito desde
que façamos tudo o que está ao nosso alcance. Assim, todo
trabalho é abençoado, toda ação sincera e honesta
tem um mérito elevado.
Que cada qual faça um pouco, mas que todos façam alguma coisa,
e este mundo se tornará bem melhor.
O que é necessário é que a gente tenha vontade de ser
útil, de cumprir com fidelidade os nossos deveres, sejam quais forem
eles.
É condenável sonegarmos os nossos conhecimentos, as nossas
aptidões, os nossos talentos, pois eles podem ser usados em benefício
da coletividade.
Em termos de mérito perante Deus, equivalem-se os trabalhos do sapateiro e do arquiteto, do cientista e do operário, de um homem de grande inteligência e do humilde camponês de limitados conhecimentos. O que conta é a dedicação ao trabalho, é cada qual fazer tudo aquilo de que é capaz, da melhor maneira, com interesse, com dedicação, com amor ao que faz.
Olhando as coisas sob esse ponto de vista, concluímos que ninguém é inútil e todos podem dar algo de si, não importa o ofício que tenham, não importa o talento que possuam, não importa a idade, não importa a sabedoria que adquiriram e nem a situação financeira em que se encontram.
Ninguém é inútil e todos podem dar algo de si.
Do livro NOSSO ENCONTRO COM UBIRATAN LUSTOSA.
Instituto Memória Editora.
http://www.institutomemoria.com.br/detalhes.asp?id=176