ONDE O MUNDO COMEÇA
Ubiratan Lustosa
Estamos vivendo as últimas páginas
de um ano que se vai. É o Ano Velho em seu último alento, a
entrar no rol das coisas do passado.
Há um certo mistério nas coisas que se vão. Há
uma certa nostalgia em toda despedida, porque todo adeus traz recordações
e as lembranças sempre são acompanhadas de saudade. Recordamos
os momentos bons, os instantes de alegria, as ocasiões em que nos sentimos
felizes. Desfrutamos outra vez o bem-estar que esses acontecimentos nos trouxeram.
Até os momentos difíceis pelos quais passamos são lembrados,
mesmo que, evidentemente, não desejemos vivê-los outra vez. Tudo
aflora à nossa lembrança já suavizado pelo tempo, esse
sábio mestre que nos ensina tanto.
Sim, há um certo mistério nas coisas que se vão.
E seguimos pela vida, deixando pedaços de nós ao longo do caminho.
Por onde já passamos ficou um pouco de nós.
Nessa etapa da vida que termina com o ocaso de mais um ano, provavelmente
tivemos acertos e cometemos enganos, conseguimos ser brilhantes e também
fomos banais. Feito um balanço geral de nossa atividade no ano que
finda poderemos estabelecer as diretrizes para a fase que começa. Nos
umbrais de um novo ano renovam-se as esperanças, os sonhos renascem
e surge nova oportunidade para uma tomada de posição. Podemos
estabelecer por meta dar a nossa contribuição para a edificação
de um mundo melhor. E como o mundo começa dentro de cada um de nós,
vamos começar por nós mesmos a reforma do mundo. A gente pode
procurar ser hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje.
Que todos tenhamos forças para lutar e saibamos ser humildes nas vitórias
e dignos nas derrotas. Que saibamos amar e perdoar, que jamais se quebrante
a nossa fé, que nunca esmaeça a nossa esperança e sempre
tenhamos ânimo forte para enfrentar a vida.
Eu peço a Deus que nos abençoe e dê felicidades nesse
ano que chega.
Amem.