MULHERES PAIS
Ubiratan Lustosa
O segundo domingo de agosto assinala uma comemoração
muito importante: o Dia dos Pais.
Essa celebração que evidentemente respeito e apoio, até porque também
sou pai, leva-me a uma série de reminiscências e reflexões.
Eu volto ao passado.
Faltavam três dias para eu completar dois anos quando meu
pai faleceu. O limitado discernimento nessa tenra idade poupou-me a dor
da perda prematura. O sofrimento ficou para minha mãe e meu irmão mais velho.
Eu não podia imaginar quanto a nossa vida mudaria.
Desde então, minha mãe foi também pai por toda a sua vida. Sentiu duramente
quão penosa é a falta do homem da casa.
Sendo assim, mais do que falar sobre os pais aos quais também enalteço,
sinto-me mais à vontade para falar de tantas mulheres heroicas que por circunstâncias
diversas assumem a dupla função de pai e mãe.
Seja em decorrência do falecimento do marido, seja por separação, divórcio,
ou doença grave do esposo que o impossibilita de exercer a chefia da família,
ou ainda seja por negligência masculina ou pelo irresponsável e covarde
abandono praticado por tantos homens, a verdade é que cresce cada vez mais
o número de mulheres que assumem a responsabilidade total de manter o lar
e criar os filhos. É um trabalho hercúleo somente suportado por autênticas
heroínas.
São abnegadas mulheres que enfrentam tantos sacrifícios e de quem a vida
tanto exige, que chegam a esquecer de si para lembrar apenas dos seus entes
queridos.
Benditas mulheres, que são pai e mãe ao mesmo tempo. Permitam-me os genitores, a quem o segundo domingo de agosto é dedicada, que passemos a essas intrépidas batalhadoras o troféu da glória.
Ao pedir a Deus que lhes dê forças para enfrentar as agruras da vida e alcançar a vitória, com admiração e respeito enviamos a elas o nosso carinhoso abraço.
Deus abençoe as mulheres pais.
Do livro NOSSO ENCONTRO COM UBIRATAN LUSTOSA
Instituto Memória Editora
http://www.institutomemoria.com.br/detalhes.asp?id=176