É TRISTE... MAS É VERDADE
Ubiratan Lustosa
É triste, muito triste, mas infelizmente é verdade.
A atividade política deteriora-se velozmente. A dignidade escasseia, os
conchavos se repetem, as traições se multiplicam.
Perdeu-se o senso de responsabilidade.
Caráter? Onde ele está?
Lisura, decência, honradez, para onde foram?
Já não se sabe mais o que é uma linha de conduta correta, uma vida honrada,
uma atividade honesta.
Só o que vale é o poder, e para obtê-lo ou mantê-lo tudo se faz, na prática
mais descarada do sórdido preceito de que o fim justifica os meios.
O respeito ao povo está sumido.
O eleitor esquece depressa e os políticos sabem disso.
Nas próximas eleições, bastarão algumas palavras bonitas, algumas promessas
vãs, uns poucos agrados, muitas generosas e ilícitas ofertas de dinheiro
em deploráveis esmolas que valem como compra e tudo dará certo. Serão reeleitos
mais uma vez, muitas vezes.
É triste, muito triste, mas é verdade.
Está acontecendo um fato altamente perigoso: estão
eliminando o respeito ao poder legislativo, estão exterminando a crença
da nação nessa instituição.
O povo está decepcionado e descrente a tal ponto com os nossos congressistas,
que se o poder legislativo
- imprescindível na democracia -
tivesse a sua extinção proposta por algum aproveitador desvairado, esse
espertalhão provavelmente contaria hoje com o apoio
popular.
Aí mora o perigo.
É disso que se valem aqueles que desejam um regime despótico, de esquerda
ou de direita, seja lá qual for.
E é bom ficarmos atentos, pois sempre existem de plantão alguns pretendentes
ao mando num regime totalitário. Poderão aparecer... ou já estarão por aí?
A débil esperança que nos resta é de que aqueles que atuam com ética, em minoria por certo, consigam com o seu trabalho, proficiente e digno, mostrar à nação que nem tudo está perdido. E que, agarrados a eles, poderemos mudar os destinos deste País, hoje invadido pela perniciosa e execrável ação de um grande número de políticos da pior espécie.
Assim seja.