EM BUSCA DA PAZ PERDIDA

Autor: Ubiratan Lustosa


Santo Antonio, conhecido como o "santo casamenteiro", é também o "santo das coisas perdidas".

Não só as moças solteiras e já avançadas nos anos, preocupadas com o celibato a ele recorrem, como também o procuram, cheios de fé, aqueles que perderam algum objeto e precisam da ajuda do céu para encontrá-lo.

Santo Antonio nasceu em Lisboa e por isso é conhecido como Santo Antonio de Lisboa; mas ele morreu em Pádua, na Itália, e é por isso muito conhecido, também, como Santo Antonio de Pádua.
Aliás, em Pádua se encontra a maior basílica do mundo em honra a Santo Antonio, e é nessa cidade que se conserva, como relíquia, a língua do grande santo.

Nascido em 1195, filho de pais ricos, a ele foi dado o nome de Fernando de Bulhões. Sua família, ao que se sabe, era muito piedosa. Aos nove anos o pequeno Fernando foi bater à porta do Mosteiro de São Vicente pedindo para ingressar na vida religiosa. Ordenando-se sacerdote em 1219, Fernando conheceu alguns missionários de Francisco de Assis que se dirigiam a Marrocos em missão de evangelização, ficando impressionado com o desapego, o espírito de renúncia daqueles padres. A morte desses missionários, martirizados pouco depois, fez com que Fernando tomasse uma decisão: trocou a túnica branca dos cônegos regulares de Santo Agostinho pelo áspero burel de São Francisco, e entrou para o convento dos Olivares, dedicado a Santo Antonio - o abade - e passou a usar então o nome de Antonio. E foi para o Marrocos, de onde retornou muito doente.
Sua vida de humildade e dedicação ao Cristo, foi assinalada por alguns milagres que impressionaram o mundo.
Foi em 13 de junho de 1231 que ele entregou sua alma a Deus, registrando-se, durante as cerimônias de seu sepultamento, novos prodígios miraculosos. Canonizado Santo, sua devoção espalhou-se por todo o mundo e é enorme no Brasil, onde temos tantos Antonios e onde tantas pessoas acreditam firmemente no piedoso santo.

Hoje é dia de Santo Antonio.

É dia de lembrar as suas lições de desprendimento, de renúncia, de amor à humanidade, de submissão total a Deus.
E é dia de pedir a ele - santo das coisas perdidas - que nos ajude a encontrar a paz que nós perdemos. Que nos auxilie a achar de novo aquela paz interior que se obtem com o dever cumprido. Que possa a humanidade reencontrar a dignidade e o respeito, os sentimentos bons, a nobreza de caráter e a noção de honra hoje tão distantes, perdidos num canto qualquer deste desvairado planeta.
Só um santo com o poder de Santo Antonio poderá interceder por nós para que encontremos tantas coisas que perdemos. Como a fé, a esperança, a capacidade de amar e perdoar.
Talvez só com a sua ajuda possamos reencontrar-nos com nós mesmos, perdidos que estamos num mundo de incompreensões e materialismo.
Que ele nos ajude a encontrar o entendimento, a concórdia, a harmonia social e a paz de espírito individual e coletiva de que tanto precisamos.

Que nos valha Santo Antonio!