DIA DO PANIFICADOR
Autor: Ubiratan Lustosa
Ah! Pão nosso de cada dia, tão
sofrido, tão suado nos tempos que correm!
Pão que mata a fome, pão que alimenta , pão que dá
forças para o trabalho exaustivo do dia-a-dia.
Pão que Cristo repartiu para alimentar a multidão faminta
que o acompanhava.
Pão que Ele transformou em seu corpo no milagre da Eucaristia, perpetuado
pelos séculos, assegurando a presença viva do Filho de Deus.
Pão que muitos pedem de mão estendida na súplica humilde
dos deserdados da sorte.
Pão que tantos Franciscos de Assis espalhados pelo mundo oferecem
caridosamente, sem humilhar, sem deprimir aos que necessitam de ajuda.
Pão que os santos de ontem e os santos de hoje repartem com amor,
por compreenderem a pobreza e tornando-se, assim, ricos de virtudes.
Pão que vem da terra e nos eleva aos céus.
Pão que proporciona trabalho para o lavrador que amanha a terra,
preparando-a para a semeadura do trigo bendito.
Pão louro dos trigais ondulantes, pão dos moinhos onde se
prepara a alva farinha, pão que o homem amassa e que permite, em
sua industrialização e comercialização, o sustento
para tantas famílias.
Pão de Santa Isabel que é festejada no dia 8 de julho.
Alimento e meio de vida dos panificadores que na mesma data são homenageados.
Que belo exemplo da interdependência dos seres humanos nos é
dado pelo pão, desde que se prepara a terra para lançar a
semente do trigo até o instante em que é colocado como alimento
na mesa das famílias. Por quantas fases ele passa, quantas pessoas
precisam intervir até que ele possa ser consumido. Espelho da solidariedade,
exemplo da cooperação, demonstração de quanto
pode a união das pessoas.
Tão importante é o pão que ele transfere o nosso respeito
àqueles que o produzem, e é por isso que prestamos a nossa
homenagem aos panificadores e, por extensão, a todos aqueles que
participam do seu preparo, desde o plantio do trigo até a venda do
alimento no balcão.
Que Deus proteja os panificadores! Que sua padroeira Santa Isabel os abençoe,
para que eles conheçam profundamente a relevância social do
seu trabalho, para que jamais percam de vista a responsabilidade imensa
que está colocada sobre os seus ombros, para que procedam sempre
com honestidade, respeito e amor, na preparação do abençoado
pão de todos nós.
(Do livro "Nosso Encontro", coletânea de crônicas radiofônicas de Ubiratan Lustosa)