DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE
Ubiratan Lustosa
Comemora-se em 5 de Junho o
DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE.
É o Dia da Ecologia.
É o dia destinado a um exame de consciência, a uma tomada de
posição, no qual nos perguntamos o que temos feito visando
à proteção do ambiente em que vivemos, e decidimos
tomar um caminho, realizar alguma coisa.
Em verdade, já se tem caminhado bastante no terreno da conscientização do povo para os problemas da ecologia. Não há que negar que já foram tomadas medidas efetivas visando a proteção do meio ambiente. É forçoso reconhecer, no entanto, que ainda temos muito a caminhar.
Infelizmente continuamos derrubando matas, desnudando a
terra até mesmo nas cabeceiras dos rios.
Deploravelmente continuamos matando animais, mesmo aqueles cujas espécies
estão em extinção.
Irresponsavelmente continuamos poluindo o ar que respiramos. Criminosamente
continuamos lançando resíduos industriais nos rios que estão
morrendo.
Desgraçadamente continuamos promovendo o desequilíbrio da
natureza. Pratica-se, ainda, uma agricultura de rapina, imediatista, em
que o mau uso do solo o depaupera e as camadas férteis de terra,
formadas ao longo dos séculos, são transformadas em faixas
pobres e até estéreis, num criminoso processo de desertificação.
O desmatamento inconsequente, a inadequada derrubada de árvores ocasiona
o aumento da velocidade dos ventos, a irregularidade das chuvas, a erosão,
o assoreamento dos rios, a transformação climática
com a qual a natureza se vinga das agressões que sofre.
Falta, ainda, uma consciência ecológica generalizada. O trabalho
dos Governos e a dedicação dessas entidades que idealisticamente
se lançam à luta visando à preservação
da natureza devem receber o mais decidido apoio e a mais ampla colaboração.
O homem, em sua ação predatória, atinge
mortalmente a natureza e destrói o que temos de mais caro. Tira sem
método, desperdiça, extermina em nome do progresso o que possuímos
de mais precioso:
a terra em que vivemos.
5 de Junho é um dia apropriado para se pensar. Pensar e decidir. Decidir e agir.
Fortunas imensas são gastas pelos Governos no combate à erosão. São verbas substanciais que poderiam ser aplicadas em outros setores que exigem atenção, como a saúde e a educação, não fosse a incúria de muitos que, por ignorância ou negligência - ou ganância de lucros - desrespeitam as leis da natureza. Ela pode dar frutos opimos ou áridos desertos, respondendo-nos conforme nosso procedimento em relação a ela.
Acontece que há muitos corações, há muitas consciências em que os devastadores ventos do exacerbado desejo de lucro imediato já provocaram a erosão dos sentimentos. Há muitas almas que já se transformaram em desertos. Por isso é preciso insistir na necessidade de uma reciclagem dos homens para que se possa garantir o respeito à natureza.
Está no livro
NOSSO ENCONTRO COM UBIRATAN LUSTOSA.
(Instituto Memória Editora - 2013).