DIA DA BANDEIRA
Ubiratan Lustosa
Quando tantos heróis tombaram oferecendo generosamente a própria vida para defender a bandeira nacional, por certo não foi por um simples pedaço de pano que se doaram com tanto amor e desprendimento. Não é o estandarte em si, mas os valores cívicos que dele emanam o que leva os homens a extremos atos de heroísmo a ponto de se oferecerem em sacrifício na defesa do pavilhão nacional. A bandeira, por isso, entusiasma, une, encoraja, dá forças para a luta, pois nela se concentra todo o amor dedicado à Pátria da qual é o símbolo augusto.
19 de novembro é o Dia da Bandeira.
Essa bandeira que tremulou impávida nos campos de batalha quando nosso país
foi chamado à luta; essa bandeira que se desfralda com respeito em nossos
edifícios públicos nas datas comemorativas; essa bandeira que percorre os
mares nos mastros dos nossos navios ou corta os céus com suas cores estampadas
em nossos aviões; essa bandeira que resume tantas aspirações, tantos sonhos,
tantas conquistas e tantas glórias.
No Brasil, curiosamente, passamos por fases distintas no
que se refere ao culto à bandeira nacional. Há épocas em que o entusiasmo
nos leva a desfralda-la por toda parte, a coloca-la nas janelas das casas,
a manifestar-lhe um carinho todo especial que chega a ser comovente. Em
outras temporadas esse entusiasmo passa, há um resfriamento nas manifestações
de amor à bandeira, parece que ficamos apáticos, menos sensíveis, num alheamento
que não é saudável para uma nação, pois os sentimentos de civismo devem
ser constantes, bem nítidos, exteriorizados permanentemente.
Não se deve confundir civismo com pieguice.
Temos uma bandeira e nos orgulhamos dela. E devemos amá-la, respeitá-la
e defendê-la.
Será apenas em épocas de Copa do Mundo que o nosso entusiasmo desperta?
Será só quando o Brasil se envolve em eventos esportivos que nos lembramos
com carinho da nossa bandeira? Onde está a vibração de nossa gente e o seu
conhecido espírito expansivo? Por que são tão limitadas as comemorações
do Dia da Bandeira?
Precisamos motivar a nação brasileira, avivar no coração de nossa gente
a devoção à bandeira que traduz o amor à Pátria. É preciso que todos vejam
nesse pavilhão augusto a síntese de nossas aspirações, o símbolo dos nossos
valores, a imagem do nosso País. É imperioso que se desperte nas crianças,
que se incremente nos jovens, que se avive nos adultos o amor e o carinho
à Bandeira do Brasil. E que, inspirados na divisa que a nossa bandeira ostenta,
com ordem alcancemos o progresso e, através dele, a felicidade do nosso
povo.
Do livro NOSSO ENCONTRO COM UBIRATAN LUSTOSA.
(Instituto Memória Editora - 2009).