CREDIBILIDADE
Ubiratan Lustosa
Para aceitarmos plenamente a liderança de alguém
é imperioso acreditarmos, confiarmos nessa pessoa.
Em tudo é assim.
É assim na fábrica ou na oficina, onde só é
aceita inteiramente a liderança de alguém que saiba tanto
quanto os demais, ou mais do que eles. Alguém
que possa orientar e ajudar aos subordinados quando enfrentarem problemas
difíceis no trabalho. Alguém que inspire confiança.
É assim numa congregação de professores, onde se espera que um mestre com grandes conhecimentos e reconhecida sensatez, tendo a confiança e o respeito dos demais, exerça o comando com proficiência.
É assim na guerra, onde os soldados têm facilidade em acatar as ordens de um superior que seja confiável, valente, zeloso, que conheça o seu ofício e conduza seus comandados da maneira mais segura e com resultados mais eficazes.
É assim em qualquer entidade, onde todos precisamos de alguém que nos oriente, capaz de dirimir dúvidas, de achar caminhos, de encontrar soluções, de nos esclarecer e dirigir, promovendo a soma dos nossos esforços em busca do objetivo comum. Alguém em quem tenhamos confiança.
É assim num país, qualquer país, rico ou pobre, já desenvolvido ou em fase de desenvolvimento, pois é imprescindível haver confiança nos que lideram para se aceitar totalmente a sua liderança.
Confiança, credibilidade, são fatores indispensáveis para que as lideranças sejam aceitas.
Somente quando ungida pela confiança uma liderança alcança a sua plenitude.
Por isso, quem ocupa um cargo público deve ser sincero
naquilo que diz, verdadeiro naquilo que afirma, correto naquilo que faz,
jamais podendo mentir, ludibriar, mistificar.
É péssimo costume, atualmente praticado por algumas autoridades,
manter o povo enganado, despistando-o, fazendo afirmações
logo em seguida desmentidas. Isso gera descrença, isso extingue a
credibilidade que é essencial a um líder.
Não se pode enganar a todos por todo o tempo.
Com pernas curtas as mentiras logo são alcançadas, duram pouco
e deixam desacreditados aqueles que as disseram.
Precisamos de homens públicos honestos em seus propósitos, que nos respeitem, que sejam sinceros conosco, que usem sempre a linguagem da verdade e que, pela sua dignidade e ilibado procedimento, sejam merecedores do nosso respeito e da nossa confiança.
Só homens assim têm condições de liderar-nos, só homens assim deixam o triste patamar dos medíocres e se afirmam como líderes autênticos.
É de pessoas assim que a gente precisa.
São líderes assim que a gente quer.
Do livro NOSSO ENCONTRO COM UBIRATAN LUSTOSA
Instituto Memória Editora
http://www.institutomemoria.com.br/detalhes.asp?id=176