A RESPONSABILIDADE DOS COMUNICADORES.
Ubiratan Lustosa.
A celebração do
Dia Mundial das Comunicações
nos enseja algumas reflexões.
Os meios de comunicação “podem servir de forma
eficaz à alta e nobre causa da paz, mas podem agravar as tensões
e favorecer novas formas de injustiças e de violação
dos direitos humanos”. Palavras de João Paulo II, o grande
Papa que com sua sabedoria nos deixou profundos ensinamentos, e com
seu extraordinário talento de comunicador a todos conquistou.
E disse mais, referindo-se à imprensa e, por extensão,
a todos os meios de comunicação, que devemos “superar
as considerações unilaterais e parciais, descartando
os julgamentos prévios para criar um espírito de compreensão
e de solidariedade recíproca”.
E João Paulo II, visando incentivar nos comunicadores uma compreensão
maior e um respeito mais expressivo a essa profissão, disse
que “o uso justo e construtivo da informação deve
descartar todas as pressões, abusos e discriminação
do poder político, econômico e ideológico”.
Aí está o pensamento de João Paulo II, traçando normas não apenas para os comunicadores católicos, mas para todos aqueles que militam no fascinante mundo da comunicação.
Na verdade os meios
de comunicação podem ser facas de dois gumes. Podem
conduzir para o bem, quando informam corretamente, quando orientam
sabiamente, quando criticam construtivamente, quando se preocupam
com a veracidade dos fatos verificando as origens das notícias
e a credibilidade das fontes de informação.
Podem, no entanto, seguir caminhos inversos.
Alguns acham que os
comunicadores não têm compromisso com a verdade. É
uma forma simplista de fugir à responsabilidade social desses
profissionais e das empresas de comunicação.
Temos sim, todos nós, o dever de honestidade com nossos ouvintes,
leitores ou telespectadores.
Conscientes de nossos deveres com a coletividade nós podemos
servir eficazmente às boas causas, aproximando as pessoas em
vez de as separar, levando-as a se respeitarem em vez de se vilipendiarem,
semeando fraternidade e amor em vez de dissensões e ódio.
O que se verifica com
frequência é a visão estreita, num só sentido,
sem que se olhe em volta. Muitas vezes são feitos julgamentos
prévios, apriorísticos e inconsequentes, sem um exame
mais profundo dos fatos e das intenções.
Tudo isso é combatido por aqueles a quem interessa usar os
meios de comunicação a serviço do bem e da justiça.
João Paulo II ofereceu excelentes orientações
provindas da sua sabedoria e do seu acendrado amor à humanidade,
tendo suas palavras corroboradas agora pelo Papa Francisco.
Ouví-los faz bem. Seguí-los é um caminho seguro.
Está no livro
NOSSO ENCONTRO COM UBIRATAN LUSTOSA.
(Instituto Memória Editora - 2013).